A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alerta que, no Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e, anualmente, aproximadamente 400 mil morrem em decorrência dessas enfermidades. Tais dados correspondem a 30% de todas as mortes no país. Para conscientizar a população mundial sobre a importância de manter hábitos saudáveis e preservar a saúde do coração, a World Heart Federation (WHF) criou em 2000 o Dia Mundial do Coração, celebrado em 29/9. Neste ano de 2022, a regional de Minas Gerais da SBC, a Sociedade Mineira de Cardiologia (SMC), ganhou um reforço de peso para a campanha: o Instituto Galo, braço social do Atlético Mineiro.
Na quarta-feira, 28/9, a partida entre Atlético Mineiro e Palmeiras pelo campeonato brasileiro será “invadida” por mensagens de apoio ao Dia Mundial do Coração. Antes do jogo e no intervalo, três faixas com dados e a importância do autocuidado para a saúde cardiovascular circularão pelo estádio. Além disso, dois vídeos produzidos pela SBC serão exibidos no telão do Mineirão com alertas importantes.
E na quinta-feira, 29/9, dia de comemoração do Coração, o mascote do Atlético Mineiro, o Galo Doido, visitará a ala de Cardiologia do Hospital Universitário Ciências Médicas (Rua Aimorés, 2.896 – Santo Agostinho/BH). Diretores da SMC, acadêmicos de medicina estarão juntos com o Galo Doido distribuindo cartilhas e conversando com pacientes e familiares sobre como hábitos de vida saudáveis podem evitar as doenças cardiovasculares.
O que são doenças cardiovasculares?
As doenças cardiovasculares consistem em um grupo de doenças desenvolvidas nos vasos sanguíneos e no coração, desde malformações, coágulos e irrigações sanguíneas, até ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), grande parte das mortes por doenças cardiovasculares no mundo ocorrem devido a ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Tais doenças correspondem a ocorrências agudas oriundas do bloqueio sanguíneo ao coração ou ao cérebro, devido a fatores como: acúmulo de gordura na parede dos vasos sanguíneos, hemorragias e coágulos de sangue.
Fatores de risco e sintomas
Os fatores de risco das doenças cardiovasculares são diversos, com destaque ao uso de tabaco, a ingestão excessiva de álcool, dietas inadequadas e pouco saudáveis, sedentarismo, entre outros. Tais condições comportamentais fazem com que os fatores de risco se manifestem através do diabetes, hipertensão, obesidade e hiperglicemia, resultando em complicações cardiovasculares.
Dentre os principais sintomas das doenças cardiovasculares, estão: dor ou desconforto no centro do peito, nos braços, no ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas; dificuldade de respiração ou falta de ar; sensação de enjoo, vômito, desmaio ou tontura; suor frio e palidez; fraqueza da face e dos membros superiores e inferiores; dificuldade de fala ou compreensão; dificuldade de enxergar ou andar devido à falta de coordenação ou perda do equilíbrio; dor de cabeça intensa sem motivo aparente; além de desmaio ou inconsciência.
Além dos fatores de risco relacionados às condições comportamentais, também há determinantes sociais, econômicas e culturais que agravam o aparecimento de doenças cardiovasculares. Fatores hereditários, pobreza, estresse, falta de acesso a serviços básicos de saúde e outras questões de desenvolvimento também aumentam casos graves de doenças cardiovasculares. Na pandemia da COVID-19, as doenças cardiovasculares se tornaram um grande problema de saúde pública no Brasil: além da cardiopatia ser a comorbidade mais associada à doença, o sedentarismo e a suspensão temporária de exames de rotina pelos pacientes potencializaram a aparição de doenças cardiovasculares imediatas ou futuras em todas as faixas etárias.
A importância do cuidado à saúde cardiovascular
Devido a todos esses fatores, a ida ao cardiologista, a realização de exames de rotina e a manutenção de hábitos saudáveis desde a infância são algumas das maneiras individuais para prevenir as doenças cardiovasculares (principalmente em pessoas com altos riscos cardiovasculares ou fatores de risco). Grande parte das doenças cardiovasculares podem ser evitadas através de checkup, atenção aos sintomas, tratamentos, operações cirúrgicas e medicações e, principalmente, na implementação de hábitos saudáveis (eliminação do tabaco, diminuição do uso de álcool, prática de atividades físicas, alimentação saudável, redução do consumo excessivo de açúcar e alimentos industrializados, entre outras orientações).
Em níveis gerais, existem diversas intervenções que podem diminuir o número de doenças cardiovasculares, como políticas públicas e rotinas de vida que assegurem a saúde física e mental da população; acesso a serviços básicos de saúde, a alimentos e refeições saudáveis; conscientização através de campanhas que controlem o uso de tabaco, álcool, alimentos industrializados e que incentivem uma rotina saudável e a prática de atividades físicas. Nesse sentido, a Dia do Coração surge como forma de conscientizar e ampliar o conhecimento da população em relação à prevenção e ao combate às doenças cardiovasculares e à importância de cuidar do órgão mais vital do corpo: o coração.
crédito: *Imagem Sociedade Brasileira de Cardiologia – Cartilha Dia Mundial do Coração
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